31/03/2010

Foi há 35 anos!


Há precisamente 35 anos que foi publicado o Decreto-Lei nº 169-D/75 que estabeleceu a criação de «um esquema de subsídios de desemprego» para «contribuir para a instituição de sistemas que assegurem o poder de compra das classes desfavorecidas, independentemente das contingências acidentais da prestação de trabalho».

Um exercício interessante será o de fazer uma comparação entre o que este diploma estabeleceu e a actual lei.


27/03/2010

Visão de Diogo Moreira...

... sobre Passos Coelho e Cavaco Silva



... sobre Passos Coelho e o PSD



... sobre Passos Coelho e eleições legislativas




Diogo Moreira está correcto quando diz que se as sondagens mostrarem uma radical mudança na intenção de voto, isto é, que o PSD comece a surgir em primeiro lugar e o PS em seguindo nas intenções de voto popular, poderá haver uma pressão do interior do PSD para fazer cair o governo e assim provocar eleições (ainda que contra a vontade de Cavaco Silva, pelo menos antes das presidenciais).

Mas a esta visão acrescento que, ainda que Passos Coelho tenha refreado um pouco o seu discurso deixando entender que não pretende criar crises políticas sem razão, o que se subentende que não pretende para já eleições, a pressão para se manter no cargo que agora conquistou poderá também ser determinante no acelerar o processo de provocar a queda do Governo.
Acredito que, ainda que todos se tenham manifestado favoráveis e com intenção de trabalhar para a união do PSD, existe um sério risco de vermos acontecer, mais do mesmo. Ou seja, uma luta bastante aguerrida na conquista do poder no interior do partido (e, ou muito me engano, ou Rangel estará na primeira linha).

Estou em crer que Passos Coelho não conseguirá manter-se na liderança do PSD até 2013.

Mais lá para a frente, e porque o tempo não é muito, escreverei mas uns bitaites sobre a nova liderança do PSD. Está a parecer-me que, ainda que com um largo apoio dos militantes do PSD, Passos Coelho terá um grande trabalho para convencer, não só as elites (aqueles que mais facilmente o derrubarão) como a ala menos à direita do PSD (e acredito que alguns votantes terão dado o seu a poio a um "cheque em branco").

Mas isso fica para "segundas núpcias".


26/03/2010

Coro virtual

O compositor Eric Whitacre lançou um desafio aos cibernautas: fazer gravações enquanto cantavam a musica Lux Aurumque.
Foram muitas os vídeos recolhidos. Foram compilados 185 de 12 países e o resultado foi este coro virtual:






Fantástico!!

25/03/2010

Avatar II

Já está no prelo a sequela do Avatar.
Vem ai Avatar II.

Aqui fica o trailer.




...promete!

Olha para o que digo, e não para o que faço...

Quem me conhece sabe que sou ateu! Mas não sou "fundamentalista". Respeito o espaço e a liberdade de cada um (ainda que às vezes não respeitem a minha).

Mas depois disto, disto e disto, a juntar aos inúmeros casos que têm vindo a lume de alguns anos para cá, quero voltar a ouvir a "Igreja Católica" e o Vaticano falarem em comportamentos desviantes na sociedade!
O seu conceito de justiça também me parece "ligeiramente" distorcido...


É isto que se diz da mais alta figura na hierarquia da Igreja Católica:

«Although Cardinal Ratzinger's second-in-command, Cardinal Tarcisio Bertone, now the Vatican's secretary of state, went on to instruct Wisconsin bishops to begin a canonical trial for Father Murphy with the intention of having him defrocked if found guilty, that trial was stopped after the priest wrote to Cardinal Ratzinger begging for leniency on the grounds that he had already repented and was in poor health.

"I simply want to live out the time that I have left in the dignity of my priesthood," Father Murphy wrote to Cardinal Ratzinger. "I ask your kind assistance in this matter."

The documents emerged as Pope Benedict faces other accusations that, as the Vatican's doctrinal enforcer and previously as an archbishop in Germany, he did not discipline priests accused of sexual abuse, or alert the relevant civilian authorities.

In a case in his native Germany, the Munich and Freising diocese said recently that, while archbishop there in 1980, Pope Benedict agreed to church housing for a priest suspected of child sex abuse while he received "therapy".»



Ao que parece, o tal padre Murphy terá alegadamente molestado cerca de «200 pupils, preying on his victims in their dormitories, on class excursions and even at his mother's country house. »

Não vou julgar ou condenar ninguém antecipadamente, mas que há muita coisa que têm de ser explicada, lá isso há.
Não deixa de ser um enorme paradoxo que o mesmo que alegadamente protegeu e continua a proteger acusados de abusos sexuais de menores no Vaticano se manifeste agora "envergonhado" com a situação.

Aqui uma notícia curiosa.


Disse-nos William James Durant, curiosamente sobre o Império Romano, que «A great civilization is not conquered from without until it has destroyed itself from within» - [«Uma grande civilização não é conquistada pelo exterior até que se destrua a si mesmo pelo interior»].



Levados ao engano...

Esta semana no Expresso (20.03.2010), Miguel Sousa Tavares "confessa-se"... e não deixa de ter alguma razão.

Não comento dramas pessoais. Muito menos em lugares públicos. E, também desta vez, vou seguir o meu principio de não fazer qualquer comentário.
Mas transcrevo aqui uma parte do seu artigo de opinião, não pelo drama que envolve mas sim porque expõe as contradições e o estado a que a Comunicação Social, duma maneira geral, chegou.

Poderá contribuir para um momento de reflexão.

«Confesso que não entendo como é que todos fomos enganados pela morte do Leandro. Todos, eu incluído. Todos engolimos sem pestanejar a primeira e 'definitiva' versão que nos foi apresentada pela imprensa para a morte do jovem de doze anos, apresentado como exemplo limite das consequências do bullying. A saber: a) que Leandro, farto de ser sovado e maltratado pelos colegas da escola; b) por quem já havia sido seriamente espancado um ano antes; c) e incapaz de se defender; d) saiu pela porta principal da escola de Mirandela que frequentava, sem que ninguém o interceptasse, e declarando "não aguento mais, vou-me atirar ao rio": e) o que fez, suicidando-se no Tua; f) sem que a escola tenha tido depois uma só palavra para com a família. Ora, segundo o "Diário de Notícias" desta terça-feira, citando fontes da escola e da PSP e amigos e testemunhas do acto de Leandro, o que realmente terá acontecido foi: a) Leandro era, ele próprio, um miúdo dado a provocações e confrontos, o que terá estado na origem do incidente ocorrido há um ano, quando insultou outros alunos; b) os quais, aliás, não eram da sua escola, mas sim de outra escola de Mirandela; c) no dia fatal, não saiu da escola pela porta da frente, que estaria sempre vigiada, mas sim através das grades exteriores; d) não se quis suicidar, mas apenas tomar banho no rio, tendo sido levado pela corrente; f) e logo no dia seguinte o presidente do conselho executivo da escola falou com a mãe de Leandro, dando-lhe os sentimentos e colocando-se à disposição dela. Ou seja: a fazer fé na segunda e corrigida versão, todos fomos levados ao engano. E porquê? Pois, o que dói é a resposta a esta pergunta.

Fomos levados ao engano, porque a nossa imprensa, quase toda, vive à procura de sangue, escândalos, tragédias ou heróis. E porque, entre procurar a verdade da história além das aparências, esperar pelas investigações das autoridades sem antecipar conclusões, ou optar logo pela versão mais trágica e chocante, escolheu esta sem hesitar. Nada disto aconteceu por acaso. Não deixa de ser eloquente que, num momento em que na Comissão de Ética da Assembleia da República prosseguem as penosas audições para apurar se há ou não liberdade de imprensa em Portugal, a maior e mais real ameaça a essa liberdade esteja ausente de todas as questões colocadas e de todos os depoimentos prestados. Essa ameaça é o tipo de jornalismo que hoje se faz e que é ditado, primeiro que tudo, pela necessidade de vender informação e conquistar audiências a qualquer preço. Os célebres 'conteúdos', que tanto movem os novos patrões da imprensa, são ditados exclusivamente pela vontade de obter lucros e não pelo desejo de prestar um serviço público de informação e formação. Ninguém pergunta à Ongoing ou à PT para que querem eles ter uma televisão ou um jornal, quais são os seus pergaminhos, o seu currículo, as suas intenções em matéria jornalística. Parece que ter dinheiro, próprio ou emprestado, é critério suficiente.

Durante quatro semanas a fio, o jornal "Sol" levou a cabo, tranquilamente, a divulgação de escutas telefónicas recolhidas num processo em segredo de justiça e abrangendo até alguma gente que, tanto quanto sabemos, não é suspeita de qualquer crime. E assim continuou mesmo depois de um tribunal o ter proibido de o fazer, a pedido de um dos escutados. Todos sabemos que o que o "Sol" fez é crime, que é inaceitável num Estado de direito e que é uma perversão deontológica do jornalismo, grave e insustentável. Mas a verdade é que onze, entre doze directores de jornais interrogados, conseguiram justificar a atitude do "Sol" com "o direito à informação" e "o interesse público". E todos nós, mesmo os discordantes, fomos obrigados a ler as escutas e concluir a partir dos factos e indícios nelas contidos, sob pena de sermos excluídos da discussão pública. E, para que dúvidas não restassem, esse farol da ética jornalística, que é o "Público", titulava na primeira página e triunfantemente, no dia seguinte a o "Sol" ter ignorado altivamente a providência cautelar decretada pelo tribunal: "Primeira tentativa de censura em trinta anos falha".

De Mirandela ao 'Face Oculta' não vai assim tanta distância: a história é diferente, mas os métodos são semelhantes e, se pensarmos, o objecto final deste jornalismo é rigorosamente o mesmo.»



O artigo de opinião na integra aqui.

20/03/2010

Bipartidarismo

Marina Costa Lobo escreveu no jornal Público no dia 06.03.2010...

«O bipartidarismo fez com que tanto o PSD como o PS conseguissem governar sozinhos e teve consequências positivas – a estabilidade governativa, a responsabilização clara dos governos, a alternância política, a simplificação das escolhas eleitorais. [...] Mas é preciso compreender que o bipartidarismo também sempre teve consequências negativas – o esvaziamento dos partidos maiores, a excessiva personalização da política na figura do Primeiro-Ministro, a irresponsabilidade dos pequenos partidos, uma crescente alheamento dos que não se reviam nos dois grandes partidos, uma partidarização do Estado. Neste momento, sobram apenas as consequências negativas do bipartidarismo, enquanto as positivas desapareceram.»

Algo que, há algum tempo venho defendendo...

«Os recursos adicionais encontrados no Estado foram usados pelo Primeiro Ministro para se autonomizar do seu partido e ao mesmo tempo para o domesticar. Nesse processo, estes partidos, e sobretudo o PSD, tornou-se tão dependente do governo que dificilmente se recompõs quando passou para a oposição. Ainda hoje nenhum líder se conseguiu afirmar dentro do PSD depois de Cavaco Silva.»

E claro, com toda a razão...

«[...] o bipartidarismo levou a uma desresponsabilização dos partidos pequenos da esquerda do espectro partidário. O bipartidarismo e as maiorias absolutas, que o PCP e o BE dizem abominar, têm-lhes servido bem. Continuam a ser sobretudo partidos de protesto, e evitam apoiar, negociar, comprometer-se com qualquer governação de esquerda moderada.»


Mais do que um artigo de opinião, uma análise muito interessante sobre o actual sistema partidário português e que podem ler aqui.



19/03/2010

Obediência...

A propósito da morte de uma pessoa que tentou fugir à polícia dei, por acaso, com esta opinião...

«Temos assistido, na nossa sociedade, a um permanente ataque a todos os atributos, instrumentos e manifestações da Autoridade.
Apoucam-se os símbolos nacionais, degrada-se a função política, defende-se a irrelevância das Forças Armadas, desprestigia-se a Justiça, desrespeita-se sistematicamente a polícia, ignora-se a relevância da missão formadora e socializadora da família, destroi-se a tarefa educadora dos professores.
Em alguns casos têm sido os próprios agentes dessas funções públicas a contribuir para a presente situação negativa.»


E com uma pergunta pertinente...

«Que razões ponderosas o levaram a fugir à polícia, perguntar-se-á sempre qualquer agente minimamente zeloso? Será um assassino? Um terrorista? Um ladrão? Um raptor? Um violador? Ou um qualquer outro criminoso não subsumível nas referidas categorias?»


Uma opinião muito interessante e, na verdade, não deixa de ter alguma razão...

«Obedecer às ordens policias não significa apenas respeito pela Autoridade. É também um pressuposto do salutar convívio numa sociedade livre e democrática, como é o nosso caso.
Daí que o que aconteceu, sendo obviamente de lamentar, deve, no entanto, servir de aviso para todos aqueles que, não sendo lobos, tenham a tentação de lhe querer vestir a pele…»


A opinião de Rui Crull Tabosa pode ser lida na integra aqui.



16/03/2010

Não estás comigo...

Poder-se ia aplicar a máxima "não estás comigo, então estás contra mim"!
Mas fica aqui este momento de humor...

Segundo a Lusa, «Manuel Quintas, o antigo pároco da Areosa, Viana do Castelo, que apelou ao voto no PS nas últimas Autárquicas, viu o seu nome ser retirado da toponímia da freguesia, por decisão dos eleitos locais, maioritariamente do PSD.

No final de 2009, a Assembleia de Freguesia de Areosa decidiu acabar com o Largo Padre Manuel Correia Quintas, uma designação que vigorava há décadas, rebatizando-o de Largo da Liberdade.

A anterior placa toponímica, que estava colocada no Centro Paroquial, já foi retirada, tendo sido substituída pela nova, afixada no edifício da sede da Junta de Freguesia, situado mesmo em frente.»


Uma sugestão para uma próxima alteração dos estatutos do PSD:
- além da sanção que pode ir até à expulsão, no caso dos militantes, em virtude de se verificarem actos e manifestações contra as ideias do partido e seus líderes, se o meliante(!?) prevaricador, seja ele militante, pároco, personalidade histórica de relevo local ou nacional, e outros, tiver dado o seu nome a uma rua, praceta, avenida, largo ou beco, este será imediatamente retirado encontrando-se um nome condizente com o espírito da norma: rua, praceta, avenida, largo ou beco da
LIBERDADE.

... interessante paradoxo.

«Há coisas fantásticas não há?!»


15/03/2010

Mais do mesmo...

Do congresso do PSD realizado em Mafra nos dias 13 e 14 de Março retiro a seguinte ideia: mais do mesmo, mas pior!

Senão vejamos. Aquilo que visava a discussão política e a alteração estatutária resultou numa passerelle de candidatos, putativos candidatos, e no final, a cereja sobre o bolo, aquela que já é conhecida como a "lei da rolha".

Fazendo minhas as palavras do Sr. Presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, naquele que se pensava que iria ser um discurso "divertido" mas que acabou por ser um dos discursos mais verdadeiros do congresso: «eu nunca ouvi dizer tanto mal do Engº Sócrates como aqui, e pior, já se diz aqui mais mal dos empresários e das grande empresas que o Carvalho da Silva, do que o Bloco de Esquerda, do que Partido Comunista» o que, ainda segundo o próprio, não passa dum «discurso radical, de circunstância».

Deu inclusivamente para se aplaudir sarcasmos contra a «má moeda» de Cavaco Silva e minutos depois, através do mesmo orador, aplaudir o apoio à recandidatura do mesmo Cavaco Silva que fez com que Santana Lopes, dizem, perdesse essas eleições.

E foi nesta toada que desfilaram os oradores.

De todos o que tive oportunidade de ouvir, registo de Fernando Costa, que disparou em todas as direcções sem falhar um único tiro. Lembrou a "asfixia" da direcção do partido ao afastar Pedro Passos Coelho das listas à Assembleia da República, passando pelo «intelectual» Pacheco Pereira e lembrando, com toda a razão, que o PSD perdeu as eleições porque não conquistou o eleitorado. Como disse, «ganhou cá dentro, mas perdeu lá fora».
Teve ainda tempo para espicaçar Paulo Rangel com um «ganhar a Vital Moreira até eu ganhava»!
Parece-me que "rompeu" com os discursos repletos de unificação ainda que imbuídos de ataques e indirectas em tudo idênticas ao que temos vindo a observar no PSD, uma luta interna, por vezes traiçoeira (recordem-nos do momento em que foi apresentada a candidatura de Rangel), e à desunião descarada.
Um dos poucos momentos de verdade e seriedade.

Destaco também o discurso do Prof. Marcelo que deixou um recado aos 4 candidatos a líder do PSD, mas parece-me que passou despercebido ou, quem sabe, os candidatos não tenham tido vontade de o perceber.
Quando o Prof. MRS defendeu que o PSD teria que se empenhar agora nas Presidencias não estava a insinuar que o futuro presidente do PSD, qualquer que seja o candidato vencedor no próximo dia 26 de Março, deva estar ao lado da recandidatura de Cavaco. Vai estar certamente e isso todos já o sabem.
Aquele que me pareceu ser o seu verdadeiro sentido tem a ver com a vontade com que, principalmente Coelho e Rangel, andam de forçar eleições legislativas logo na entrada do 7º mês deste Governo.

Não obstante o facto da sobrevivência do próximo líder do PSD passar por um acto legislativo muito em breve, não dando assim tempo a que as lutas internas (que se prevê continuar) o destruam como tem acontecido até agora aos sucessivos lideres, Marcelo Rebelo de Sousa entende que o PSD não pode estar na origem duma crise política artificial. E tem razão.
Curioso é o perfil que traça para o novo presidente do PSD que, a esta distância, me parece ser o seu próprio perfil.
Serviu isso para deixar alguns corações a palpitar pelo seu anúncio a candidato mas, e porque me parece que é a Belém que pisca o olho, ficou adiado.

Creio que nem Marcelo resistiria até 2013 como líder do PSD.

O terceiro registo dos discursos no congresso são os proferidos pelos os candidatos a presidente do PSD. E é fácil de resumir: muita retórica, muito entusiasmo, muitos fins e poucos meios. Fraco no conteúdo e na concretização.
Estou em crer que, no dia em que José Sócrates deixar de ser o líder Socialista, o PSD deixará de ter um objectivo de luta (política).

Por fim, e no fim, os militantes do PSD "borraram a pintura toda".
O partido que defende que existe em Portugal um clima de «asfixia democrática» e de limitação da liberdade de expressão, proíbe e sanciona os seus militantes por se insurgirem ou manifestarem ideias contrarias ao aparelho do partido nos 60 dias que antecedem actos eleitorais.
Um jornalista atento, ou provocador, comentou com o autor desta proposta, Pedro Santana Lopes, que «nem o Partido Comunista tem isso escrito». A resposta foi elucidativa: «temos nós».

O curioso é que, apesar dos 370 e tal votos que aprovaram essa alteração estatutária, contra 70 e alguns contra e ainda cento e tal abstenções, tirando Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite com o seu «concordo que se um partido tem regras estas tem que ser cumpridas» (isso também eu defendo) agora não se conseguem encontrar quem esteja a favor.

Mas Zita Seabra, no jornal de hoje na TVI24, já encontrou a explicação para o sucedido: distracção! Os militantes «estavam distraidos»!... Os companheiros estavam num «congresso alegre» e «distrairam-se»! Belo atestado. Quase 400 pessoas distraídas.
O que seria se não se tratasse duma votação à alteração aos estatutos


Penso que, desta forma, e outra vez, o PSD passa ao país uma má imagem da política, dos políticos e, principalmente, dum partido que pretende ser uma alternativa à governação.
Assim, não vão lá!

Fica aqui aquele que considero o discurso que marca este congresso.




Melhores tempos virão... resta saber é quando.




13/03/2010

Inconstitucionalidades, cada um tem a sua...

Uma pergunta interessante de Isabel Moreira no Jugular:

«Com que então o CPMS era inconstitucional porque excluia a adopção?»

Uma pergunta pertinente e à qual, naturalmente, não terá resposta... porque será?

«Foram meses e meses de gente, em grande número da área de Cavaco, a destruir a proposta de lei do Governo que veio a ser aprovada na AR permitindo o CPMS com uma súbita descoberta: os casados do mesmo sexo não poderiam adoptar, o que seria inconstitucional. [...]

[...] Agora, Cavaco, no pleno uso dos seus poderes, enviou o decreto parlamentar para o TC. Requereu a fiscalização preventiva de todas as suas normas. Todas? Não. Não requereu a da relativa à adopção.

Cumpriu o seu papel de agradar o eleitorado que lhe é afecto, mas não cedeu a uma campanha (também sua?) que parecia mesmo boa, não parecia?»

E agora, que será preciso mudar a argumentação, qual ponto inconstitucional desta vez?

O resto pode ser lido aqui.

Hesito...

10/03/2010

As virgens ofendidas

Achei interessante o artigo de opinião de Pedro Adão e Silva no Diário Económico de ontem (09.03.2010)

«O pressuposto de que partem os magistrados é que "o poder judicial nas democracias descontentes do início do século XXI corre o risco de se vir a assumir-se como verdadeiro poder" (sic). Não há margem para dúvidas: é, de facto, de um risco que falamos. Depois, uma interrogação: "se o século XIX foi o século do poder legislativo e o século XX o do poder executivo, poderá o século XXI vir a ser o século do poder judicial?"

[...]

O que nos é sugerido é não apenas uma nova centralidade para o poder judicial, como também uma ofensiva que passa pela diminuição das esferas de autonomia dos poderes políticos. O que nos lembra que já não estamos apenas numa fase de tensão latente. Se a saída para a "democracia descontente" em que nos encontramos passar por uma transferência da legitimidade de poderes com legitimidade eleitoral (como são o legislativo e o executivo), para um poder cuja legitimidade radica em mecanismos fracamente sindicáveis pelos cidadãos, há boas razões para termos medo. É um sintoma de que está a germinar uma visão em que o poder judicial já não quer ser independente do poder político, mas sim ver este subjugado ao seu poder.»

O artigo na integra pode ser lido aqui

09/03/2010

Acredito se quiser...

«Mas é assunto [recandidatura a Presidente da República] em relação ao qual eu não dediquei ainda um minuto da minha ponderação»

E agora pergunto: será que tenho o direito de dizer à boca cheia, ou até mesmo escarrapachar na primeira página dos jornais que este senhor está a mentir?...

... Pode ser formada uma comissão de inquérito para apurar se o Presidente da República está a mentir aos portugueses?

Pode ser montado mesmo circo em volta do PR como foi montado em volta das declarações do PM sobre se sabia ou não do negócio da PT/TVI?

Fico curioso...

08/03/2010

And the Oscar goes to...

Ao 82º ano a Academia fez a seguinte distribuição de Oscars:

Best Motion Picture of the Year

The Hurt Locker

Best Performance by an Actor in a Leading Role
Jeff Bridges for Crazy Heart

Best Performance by an Actress in a Leading Role
Sandra Bullock for The Blind Side

Best Performance by an Actor in a Supporting Role
Christoph Waltz for Inglourious Basterds

Best Performance by an Actress in a Supporting Role
Mo'Nique for Precious: Based on the Novel Push by Sapphire

Best Achievement in Directing
Kathryn Bigelow for The Hurt Locker

Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen
The Hurt Locker: Mark Boal

Best Writing, Screenplay Based on Material Previously Produced or Published
Precious: Based on the Novel Push by Sapphire: Geoffrey Fletcher

Best Achievement in Cinematography
Avatar: Mauro Fiore

Best Achievement in Editing
The Hurt Locker: Bob Murawski, Chris Innis

Best Achievement in Art Direction
Avatar: Rick Carter, Robert Stromberg, Kim Sinclair

Best Achievement in Costume Design
The Young Victoria: Sandy Powell

Best Achievement in Makeup
Star Trek: Barney Burman, Mindy Hall, Joel Harlow

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score
Up: Michael Giacchino

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song
Crazy Heart: T-Bone Burnett, Ryan Bingham("The Weary Kind")

Best Achievement in Sound Mixing
The Hurt Locker: Paul N.J. Ottosson, Ray Beckett

Best Achievement in Sound Editing
The Hurt Locker: Paul N.J. Ottosson

Best Achievement in Visual Effects
Avatar: Joe Letteri, Stephen Rosenbaum, Richard Baneham, Andy Jones

Best Animated Feature Film of the Year
Up: Pete Docter

Best Foreign Language Film of the Year
El secreto de sus ojos (Argentina)

Best Documentary, Features
The Cove: Louie Psihoyos, Fisher Stevens

Best Documentary, Short Subjects
Music by Prudence: Roger Ross Williams, Elinor Burkett

Best Short Film, Animated
Logorama: Nicolas Schmerkin

Best Short Film, Live Action
The New Tenants: Joachim Back, Tivi Magnusson


fonte: IMDb


05/03/2010

Sondagens - Evolução

Os três estudos de opinião mais recentes realizados pela Aximage, Marktest e Eurosondagem, ainda que em períodos diferentes, mostram-nos as mais recentes intenções de voto.

Naturalmente, porque usam métodos e amostras diferentes, todos os estudos apontam intenções também elas diferentes.

No entanto, só a Eurosondagem contraria a evolução verificada nos estudos das outras duas empresas. Ou seja, Aximage e Marktest registam uma descida das intenções de voto no PS e subida no PSD enquanto na Eurosondagem se verifica o inverso.

Um dado que pode ser importante nestes estudos é o facto da Eurosondagem ter realizado o seu no período de 4 a 9 de Fevereiro e as restantes empresas entre 10 a 13 de Fevereiro (Aximage) e 16 a 21 de Fevereiro (Marktest).
Ainda que na área teórica, uma provável hipótese para esta diferença pode estar na evolução do desgaste a que o Governo e, consequentemente, o PS têm estado sujeitos principalmente depois de 12 de Fevereiro - data da edição do jornal SOL com o alegado plano do Governo para controlar a Comunicação Social.

O estudo da Eurosondagem é anterior à exposição do tal alegado plano enquanto o da Aximage coincide com essa data (queda moderada) e o da Marktest é posterior (queda mais acentuada).


Eurosondagem:
04 a 09/02/2010

Amostra: 1025
PS: de 38,0% para 38,1% (+0,1%)
PSD: de 27,4% para 26,9% (-0,5%)





Aximage:
10 a 13/02/2010
Amostra: 600
PS: de 33,8% para 32,4% (-1,4%)
PSD: de 24,8% para 26,3% (+1,5%)





Marktest:
16 a 21/02/2010
Amostra: 804
PS: de 40,5% para 35,9% (-4,6%)
PSD: de 29,2% para 30,9% (+1,7%)



Que terão Intercampus e CESOP para nos mostrar...

Uma análise do estado da Justiça

Vejo nestas palavras de Garcia Pereira uma análise muito coerente e sóbria do estado da Justiça portuguesa.





Parece-me ser urgente uma ponderação séria e cuidada por todos os agentes judiciais para que o actual rumo da nossa Justiça, um pilar fundamental em qualquer Estado democrático, possa embicar, definitivamente, no caminho certo.

04/03/2010

Ciência Política

Confesso que não gosto do termo "Politólogo". Ainda que o termo derive de "Politicologia", em termos mais simples "Ciência Política", sempre que ouço esse termo lembro-me dos "Tarólogos" e "Astrólogos" que lidam com matérias dos domínios do "futurismo" e "adivinhação".
Já o "politólogo", ou "cientista político" (ainda que seja uma designação mais extensa, é a que prefiro), lida com factos históricos, políticos , estatisticos e ainda teorias.

A análise por um ciêntista político de uma determinada situação política e que resulte numa "previsão", ao contrário do que se poderá pensar, esta não é baseada na "futurologia" ou em "premonições". Poderá tratar-se duma "previsão" que tem na sua base uma conjugação de n factores empíricos que, combinados, poderão descrever situações iguais ou semelhantes a outras que tenham até ocorrido já antes.
E, a bem da verdade, ainda que também lhe seja solicitada essa tarefa de fazer "previsões", o exercicio dum cientista político é na sua essência a de encontrar explicações e as razões para os acontecimentos políticos a que diariamente estamos submetidos.

Como escreveu Pedro Magalhães no seu último artigo de opinião no Público (Julho de 2009), a tarefa dum cientista político é a de «descrever o mundo político o melhor possível e procurar explicações plausíveis para que ele seja como é. Só isso já é bastante. Para pundits, creio, já bastam os que existem.»

É com os resultados dessa procura que os cientistas políticos podem contribuir de forma determinante e positiva para um melhor esclarecimento das situações da vida política que todos os dias se cruzam com as nossas vidas pessoais.
«Sugerir que a ausência dos politólogos - especialmente daqueles que “procuram separar análise política da sua posição política particular” - seria algo benéfico para o debate político parece-me tão insensato como defender, por exemplo, a ausência dos criminólogos, dos sociólogos, dos juristas e dos economistas dos debates sobre o crime, a sociedade, o direito ou a economia. Quem conhece as polémicas que rapidamente emergem quando se põe mais do que uma destas pessoas numa mesma sala sabe que nenhuma delas tem uma relação privilegiada com a Verdade. Mas têm alguns atributos particulares que não são irrelevantes: uma relação habitual com as fontes de informação empírica sobre os assuntos de que são especialistas; a inserção numa comunidade que lhes impõe custos de reputação se distorcerem deliberadamente essa informação; e uma preocupação com inserir aquilo que dizem numa teoria qualquer para explicar por que razão o mundo é como é.»

Esta semana, o Prof. João Cardoso Rosas no jornal i, dedica o seu espaço de opinião habitual aos politólogos. Não poderia estar mais de acordo quando o Prof destaca o papel e a importância dos ciêntistas políticos na discusão pública dos temas políticos:
«Será que o debate público em Portugal ganha alguma coisa com a intervenção dos politólogos (para além do seu trabalho mais académico e de bastidores, claro)? Sinceramente, creio que sim. Pense-se em alguns dos principais intervenientes nesse debate e que são também figuras centrais na comunidade da Ciência Política: Adriano Moreira, Manuel Braga da Cruz, João Carlos Espada, Maria José Stock, António Costa Pinto, Pedro Magalhães, André Freire, Marina Costa Lobo e tantos outros. Todos eles têm uma intervenção pública que, na minha opinião, permite elevar o discurso sobre as coisas políticas e afastá-lo do uso tendencialmente instrumental que dele é feito pelos próprios agentes políticos.»

O que acontece frequentemente é vermos debates e interpretações políticas promovidas «pelos próprios agentes políticos» disfarçadas de análise política.

80ª Feira do Livro de Lisboa

A 80ª Feira do Livro está à porta.

Para marcar na agenda, vai realizar-se de 29 de Abril a 16 de Maio de 2010.

Este ano com novo horário.

Segunda a Sexta: 12h30-23h30
Sábados, Domingos e Feriados: 11h-23h30

Diga-se que, para o público, é bem mais vantajoso que o do ano passado (encerrava às 21h30 durante a semana). Parece que a organização escutou e acatou algumas das críticas feitas no ano passado. Só por isso, estão de parabéns!

Ansioso para ver o conteúdo e os preços.



Please rob me!

Há uns tempos atrás, numa divagação aqui sobre o medo do "Big Brother", fiz alusão às redes sociais e aos dados que nelas as pessoas inconscientemente, e uma grande parte das vezes, conscientemente não se escusam de divulgar.
Agora, houve alguém que prova os riscos da publicação de dados e informações pessoais.



Seria bom que, de uma vez por todas, as pessoas percebam que na internet nada é 100% seguro. Nenhum computador é 100% seguro. Tudo tem vulnerabilidades e há sempre alguém disposto a explora-las!
Fica o aviso.

Tenham juizo.

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