04/06/2013

Livro: A Europa Alemã

«A Europa Alemã, de Maquiavel a "Merkievel": Estratégias de poder na crise do euro», é um ensaio onde Ulrich Beck consegue, de forma clara e muito simples, clarifica os actuais problemas da União Europeia e as razões e causas da hegemonia alemã.
Um trabalho que deixa patente o actual poder da Alemanha e de Angela Merkel assente em razões históricas, nomeadamente naquilo que é entendido com rigor, e na força económica. É nesta hegemonia que a Alemanha se apoia para impor de forma intransigente medidas de austeridade noutros países da União.
Beck define no seu ensaio quatro princípios fundamentais para uma verdadeira sociedade europeia que são desrespeitados pela actual política alemã: o princípio da equidade; o princípio do equilíbrio; o princípio da reconciliação; e o princípio do impedimento da exploração.
Neste ensaio, e como se torna cada vez mais evidente ao cidadão atento, fica exposto o perigo que representa para a própria democracia a situação do poder que a Alemanha exerce sobre os restantes Estados Membros, nomeadamente na exigência de que estes implementem políticas internas de austeridade (que já se perceberam, há muito, como ineficazes e contraproducentes) : «[...] a União Europeia pode evoluir em dois sentidos. Se a evolução for positiva, consegue ultrapassar definitivamente a história bélica dos Estados nacionais e dominar as crises actuais através de uma cooperação democrática. Caso contrário, as reacções tecnocráticas à crise preparam o fim da democracia, uma vez que as medidas alegadamente necessárias são legitimadas através da invocação da catástrofe iminente, qualquer oposição é declarada como inadmissível e, neste sentido, a governação assume a forma absolutista.»

Um livro que não se destina só àqueles que se interessam por assuntos europeus mas sim a todos os cidadãos!

Sinopse:
«Em 1953, Thomas Mann, no seu famoso discurso de Hamburgo, advertiu os alemães para que nunca mais voltassem a aspirar a «Europa alemã». No entanto, foi precisamente isto que se tornou realidade durante a crise do euro: a potência económica mais forte do continente pode ditar as condições para novos empréstimos aos Estados pobres da zona euro – até chegar ao ponto de esvaziar os direitos democráticos de codecisão dos parlamentos grego, português, italiano, espanhol e, por último, também alemão.» 
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